Cuidando da imortalidade
um poeta esquece a
vida
Come o pão
amanhã
Cerzindo as roupas claras
se veste de luto
pela casa
pobre cuidando: um poeta
De sonhos é que é
corrompido
um dia será lido
Eunice Arruda (do livro "Gabriel:", Massao Ohno Editor, 1990 - poema musicado pelo maestro A. Theodoro Nogueira)
Passei por aqui pelo pão dfa poeta.
ResponderExcluirBeijos
Querida Eunice,
ResponderExcluirFiquei aqui reflexiva sobre essa questão da "imortalidade", sabe. Ao escrever, o poeta é imbuído pelo desejo de não fazer-se esquecer, pelos "outros"? É essa sua intenção primeira ao versejar?
Eita! É melhor eu ficar por aqui, se não, vou longe, minha linda!
SOU SUA FÃ!
Um abraço aqui, do Cariri cearense!
Tânia Peixoto
[qual a roupa do poeta enquanto poeta vestido,
ResponderExcluire a outra que abandona,
e fica pele de do tempo, aquele que no poema é jamais?]
Esse momento, momento único...
Leonardo B.
Lindo, Eunice!
ResponderExcluirParabéns, Eunice!
ResponderExcluirMais um belo poema para encantar a nossa alma!
Um abraço da MARISA BUELONI
Tudo que a Eunice toca vira ouro. No duro!
ResponderExcluirAuto Retrato:
ResponderExcluirEu que sou um vampiro subnutrido
Que vaga pelas noites alucinógenas
Não posso corromper a solidão que me nutre
Assim como a vida não pode deixar de ser contraditória
Em sua trajetória para a morte...
Eu que vivo apenas para ser uma transição
Entre o real e o imaginário
Andarilho dos subúrbios,
Sem alvará, vaidade, sem ancestrais,
Nascido do caos da civilização,
Cidadão sem pátria e sem religião,
Anelante anêmica criatura,,,
Prefiro a noite... Antecipar o dia...
Rasgar o calendário, caminhar no sentido anti-horário,
Anteceder o dilúvio,
Aparar as desgraças do mundo num tubo de ensaio...
Prefiro a noite...
Luzes de neon, minha aflição aparvalhada,
O silêncio mórbido das madrugadas,
A lua mudando a minha fisiologia...
Eu que não tenho moradia,
Que vivo a noite vivendo o dia,
Que tenho a dívida maior do mundo,
E carrego a cruz que foi de Cristo...
Tenho chagas que são profundas
E tenho sonhos já carcomidos...
Eu que sou regido pelo sol,
Que trago o fogo em labaredas,
Trago a lua como estandarte
E os planetas sobre os meus dedos...